Carmen da Silva, uma rio-grandina precursora do feminismo brasileiro.

Romances

Sangre sin dueño

Capa de Sangre Sin Dueño
Capa de Sangre Sin Dueño

Com este romance processa-se a reintegração da ficcionista Carmen da Silva no Brasil, após dezenove anos de ausência, período em que viveu no Uruguai e na Argentina, tendo escrito romances e peças teatrais em castelhano e inclusive, como já foi dito anteriromente, conquistado o Prêmio Romance da Sociedade Argentina de Escritores (SADE). Trata-se da história de uma mulher que, educada dentro das linhas mais tradicionais de nossa sociedade, busca a própria realização e integridade, em suma, busca a identidade. Sob aparência boêmia e por meio de várias experiências amorosas, é constante em sua vida a procura da autêntica liberdade interior que conquista finalmente, quando desperta para o mais exigente dos amores, o amor do povo. Junto ao povo, irmanada com seu sofrimento e fome de justiça, a heroína do romance sente por fim que seu sangue, sendo de todos os desvalidos do mundo, não tem dono, é o sangue de um ser livre. Na edição brasileira da Civilização Brasileira, coleção Vera Cruz, o romancista Campos de Carvalho em sua apresentação afirma que se trata de “um dos livros mais terrivelmente lúcidos de que há notícia em qualquer tempo e em qualquer literatura”. Para os argentinos a tradução Sangre sin dueño, cuja tradução é de Juan José Hernandez, de apresenta ainda o atrativo: as considerações que, como povo, suscitaram na inteligente despreconceituosa brasileira Carmen da Silva, que viveu na capital portenha por muitos anos.