Carmen da Silva, uma rio-grandina precursora do feminismo brasileiro.

 Tese discute a representação da pária em obras de Carmen da Silva e de Patrícia Galvão
4 de agosto de 2023
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Tese discute a representação da pária em obras de Carmen da Silva e de Patrícia Galvão

A pesquisadora Maristela Rodrigues Lopes tornou-se Doutora em Letras pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). O título foi conquistado após a defesa da tese intitulada “Incursões em escrita de mulheres: representações da pária em Carmen da Silva e Patrícia Galvão” aprovada por uma banca composta pela Profa. Dra. Maria Mirtis Caser (UFES), pela Profa. Dra. Michele Silva Freire (UFES), pela Profa. Dra. Eliane Terezinha do Amaral Campello (FURG), pelo Prof. Dr. João Claudio Arendt (UFES) e pelo Prof. Dr. Ricardo Oliveira de Freitas (UNEB).

Além da aprovação, a banca atestou a qualidade do trabalho e sugeriu a sua publicação. No Mestrado, Lopes também pesquisou sobre a escritora rio-grandina. Defendida no ano de 2017, na Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), a dissertação “Carmen da Silva: percursos literários de uma jornalista-feminista” pode ser consultada neste site. Recém-defendida, a tese ainda não está disponível no repositório digital da UFES. O resumo da pesquisa, no entanto, pode ser acessado abaixo:

Resumo 

De 1960 para cá, impulsionada pela crítica feminista, a literatura produzida por mulheres tem alcançado maior visibilidade nos estudos literários, que têm recuperado o legado daquelas autoras que se encontram à margem do cânone. Esse é o caso de Carmen da Silva (1919-1985) e Patrícia Galvão (1910-1962), cujos romances são objeto desta tese, que investiga a representação da pária. Inicialmente, a partir do pensamento de Flora Tristan (2000; 2015) e Eleni Varikas (1989; 2014; 2015), discorre-se sobre aspectos políticos e estéticos em torno dessa categoria, de modo a inserir as autoras no campo dessa discussão. Depois, considera-se a memória, em seu caráter performativo, como espaço político da pária, o que resultará na constatação de que pode ocorrer memoricídio tanto na esfera política quanto no campo literário. Ademais, se constata, também, a performatividade das narrativas em análise. Servem de arcabouço teórico, nesse segundo momento da tese, as contribuições de Graciela Ravetti (2002), Diana Taylor (2002), Márcio Seligmann-Silva (2003), Fernando Báez (2010), Roland Walter (2013), Nelson Werneck Sodré (2010), Jaime Ginzburg (2017), Eurídice Figueiredo (2017; 2020), entre outras. Por fim, investiga-se a pária nos romances Parque Industrial (1933), de Patrícia Galvão, Sangue sem dono (1964) e Fuga em setembro (1973), e na novela “Dalva na rua mar” (1965), de Carmen da Silva, tendo como principal diretriz teórica Mikhail Bakhtin (2002; 2015), com ênfase nos conceitos heterodiscurso e dialogismo. Assim, resulta desta tese a defesa da ideia de que a pária tem, no gênero romanesco, o locus privilegiado para a sua representação e resistência.

 

Palavras-chave: Literatura produzida por mulheres. Carmen da Silva e Patrícia Galvão. Pária. Memória e memoricídio. Heterodiscurso e dialogismo no romance.

 

Conheça a trajetória acadêmica da pesquisadora

Doutora em Letras, com ênfase em Estudos Literários, pelo Programa de Pós-Graduação da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). Mestra em Letras - Linguagens e Representações pela Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC). Especialista em: Linguística Aplicada ao Português - Produção de textos, Língua Portuguesa e Literatura Brasileira e em Educação de Jovens e Adultos. Licenciada em Letras com Habilitação em Português e Literaturas de Língua Portuguesa pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB). É membro do Grupo de Pesquisa (CNPq) "Mulheres com todas as letras". Atualmente, é professora efetiva da Secretaria de Educação do Estado da Bahia. Interessa-se, principalmente, por literatura produzida por mulheres.